Em seu segundo concerto, Orquestra Rio Villarmônica apresenta uma nova oportunidade ao público de conhecer sua forma de fazer música: com a liberdade que o carioca traduz tão bem e desde já buscando estabelecer uma tradição de repertório de qualidade.

Neste programa reunimos três compositores aparentemente distintos: Johann Sebastian Bach, Heitor Villa-Lobos e Astor Piazzolla. De diferentes maneiras, sua obra está conectada pela influência de outro gênio da música: o veneziano Antonio Vivaldi. 

Bach teve contato com a música de Vivaldi, muito difundida e admirada na primeira metade do século XVIII, e transcreveu alguns de seus concertos para instrumentos de teclado, como o cravo e o órgão. Esta era a maneira da época de estudar a música de um grande mestre: copiar ou transcrever. É muito provável que Bach e seus filhos tenham executado várias obras de Vivaldi na Alemanha. O Concerto de Brandemburgo nº 3 que apresentaremos traz muitos elementos dos concerti grossi, gênero musical extremamente virtuosístico do qual Vivaldi foi o grande mestre.

Vivaldi e Bach praticamente caíram no esquecimento logo após sua morte, fruto das rápidas mudanças no gosto musical da época. Ainda assim, é inegável a influência na música dos grandes gênios que os seguiram, como Mozart e Beethoven. O interesse por suas obras ressurgiu muito tempo depois e passou a influenciar novas gerações de compositores, inclusive no século XX, como foi o caso do nosso Heitor Villa-Lobos. Sua série Bachianas Brasileiras é uma prova inconteste. A destreza de Villa ao incorporar elementos da música brasileira ao estilo bachiano nos brindou com nove obras-primas, sendo a de nº 5 a mais conhecida. É justamente esta inesquecível melodia que a Villarmônica apresenta na voz de Ludmilla Bauerfeldt, a grande voz brasileira do momento.

Por fim trazemos o argentino Astor Piazzolla – assim como Villa, o mais conhecido compositor de seu país. Suas Cuatro estaciones porteñas são o “alter ego tanguero” das famosas estações de Vivaldi. Essas obras foram escritas em separado e, depois de prontas, convencionou-se apresentá-las em conjunto. Originalmente escritas para conjunto de tango (bandoneón, piano, violino e contrabaixo), o arranjo para orquestra de cordas e solista aponta ainda mais para o concerto grosso como gênese dessas obras.

Ambos Villa e Piazzolla não tiveram reconhecimento imediato em seus países de origem. Especialmente Piazzolla, por seus experimentos, era considerado um herege pelos compositores puristas do tango tradicional. Mas o tempo tratou de mostrar como artistas com a coragem, criatividade e inovação associadas à inspiração em grandes obras de arte do passado podem nos oferecer novas maravilhas da música!

 

Programa

Mario Barcelos, direção musical e regência
Ludmilla Bauerfeldt, soprano
Luísa de Castro, violino

Johann Sebastian Bach (1685-1750)
Concerto de Brandenburgo nº 3 em sol maior BWV 1048
I. [Allegro]
II. Adagio
III. Allegro

Heitor Villa-Lobos (1887-1959)
Bachianas Brasileiras nº 5 para soprano e orquestra de violoncelos
Aria / Cantilena
Dança / Martelo

Astor Piazzolla (1921-1992)
Cuatro estaciones porteñas
Arranjo para violino solista e orquestra de cordas de Leonid Desyatnikov

 

Informações

Data – 20/08/2022
Hora – 19h
Local – Teatro de Câmara – Cidade das Artes Bibi Ferreira
Endereço – Av. das Américas, 5.300, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ
IngressoClique aqui